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terça-feira, 4 de outubro de 2011

Villegaignon, Magalhães, Cinema e as Nuvens.

O Nuncius Australis encontra-se em animação suspensa.

Em uma espécie de viagem no tempo. Mais precisamente para o período entre 1555 e 1559.

O cinema é responsável por tal fenomeno .

 O período acima citado se comprime em apenas dois meses.

Este é o tempo em que um grupo de diversas nacionalidades dedicará sua vida a recriar a saga de Villegaignon em sua missão de estabelecer a França Antartica. 

A história é interessante e recomendo que assistam o filme que será lançado.
Rouge Brésil.
Uma co- produção Franco Brasileira e Canadense.

 A globalização se repetindo.


Globalização em 1555
  A própria França Antartica foi um co- produção. No caso envolvia franceses , portugueses, protestantes suíços, Tupinambas e outra etnias...

Mais sobre Villegaignon aqui.

Graças a esta incrível viagem no tempo o Nuncius teve a oportunidade de passar uma longa temporada em Trindade. Uma pequena vila no litoral do  Estado do Rio de Janeiro que se encontra cercada por uma reserva.

Céu Escuro de verdade. E ainda por cima lua nova.

Por razões óbvias não tive muito tempo livre para observar e muito menos a possibilidade de levar algum telescópio. Mas como trabalho com a luz posso garantir a escuridão nas horas vagas... Ou a ausência da mesma durante as filmagens. Veja nossa lua particular...

Lua???
Nos anos de 1555 não existia nada sequer semelhante ao meu pequeno binóculo 10x50mm.

E assim sendo esta viagem é quase toda a olho nu.

A muito tempo não tinha a oportunidade de olhar para um céu escuro de verdade.

As duas grandes estrelas desta temporada foram as Nuvens de Magalhães.

Imaginei como aquelas duas enormes nebulosas devem ter espantado os antigos navegantes. Ocupam áreas enormes do céu e são muito brilhantes. Muito mais brilhantes do que este urbano observador jamais imaginou. Mesmo de céus suburbanos ela se mostram muito timidas.

Dominando o horizonte sul elas são deslumbrantes e apresentam muita estrutura. Não são uma manchinha como outras nebulosas que pipocam no céu escuro que eu via. Mesmo M 42 é uma manchinha discreta em comparação.

Na primeira noite fiz um pequeno tour com meu binóculo pela via láctea. Todo o miolo central , entre Sagitário, Escorpião e adjacências se apresentou e diversos DSO´s se apresentaram . M8 em grande estilo.

Mas as Nuvens roubavam o show. Mesmo a olho nú.

E apenas com o modesto binóculo pude perceber o potencial desta pequenas galáxias.

A pequena e a grande Nuvem de Magalhães são conhecidas desde a antiguidade e seu primeiro registro é atribuido a Al Sufi  em 964. Pigaffeta  as descreve durante sua viagem com Magalhães ( 1519-22).
Lacaille as inclui em seu livro e as chama de pequena e grande nuvem. Nuvens de Magalhães é um nome que passa a ser adotado somente depois do sec. XVIII.

Guy Consolmagno e Dan Davis em seu famoso livro " Turn Left at Orion" concedem apenas as duas nuvens e a M42 a cotação máxima de 5 telescópios.

As duas nuvens só são visíveis abaixo de 10 graus sul. Objetos austrais por exelencia.

Imagine uma linha unindo Achernar e Canopus . são uma perfeita referencia para se localizar as Nunvens.

Ambas as nuvens demandam céus escuros para serem percebidas em toda sua beleza. E neste são tão óbvias que não é preciso nada além de seus olhos para as perceber.

 Escondem diversos objetos NGC . E são alvos fantasticos para serem escaneadas de telescópios. Nos mapas abaixo estão indicados os DSO que as habitam .

PNM

GNM

 Quantos destes você é capaz de perceber?.

Eu ,particularmente, gosto mais de passear pela GNM.

E é bom lembrar que Tuc 47 não faz parte da PNM. Mas que parece ,  parece...

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