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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Vanguard 10x50



                Em uma visita a Maison de L´Astronomie, situada na Rua Rivoli 33 (bem próxima ao Museu do Louvre) comprei um binóculo Vanguard 10x50. 
                Cercado de Fujinons, Nikons, Leicas e Swaroskis e etc... ele era a ovelha negra da loja. E também o único que cabia em meu orçamento. Eur$ 99,00. 
                É um Binóculo porro prismático, Bak 4. Suas imagens são muito claras e definidas. Carrega a sina de ser Made in China...
                   O Vanguard é facilmente encontrado no Brasil .
                Em observações diurnas, usando o Sumax 10x50 como comparação, ele suplantou o meu antigo favorito em todos os quesitos. As imagens sempre mais claras e melhor definidas. O foco mais fácil e bla bla bla...
                Em Paris a observação astronômica é possível, mas não é exatamente o que se pode chamar de “piece de Resistance”.
                Em sua missão-turístico-astronômica o Nuncius Australis achou melhor abandonar a Cidade Luz para testar sua nova aquisição. A próxima perna da viagem era mais promissora. O sul da França prometia céus mais escuros. E Assim foi.
                A próxima parada foi em Grasse. Próxima a Cannes a antiga cidade é conhecida como a capital do perfume. E apresenta um céu bastante honesto (Bortle 4) .
Com tudo de cabeça para baixo e um monte de constelações novas para explorar me dispus a sair do apartamento de minha cunhada com um frio de rachar e caçar um canto escuro no condomínio para testar a nova peça.
O binóculo apresenta excelentes características e o anel de foco central é bem justo. Assim como a dioptria (somente no olho direito). Um pouco pesado para um 10x50. Atribui isso a uma possível ótica mais apurada que o meu querido Sumax.
Seu corpo é emborrachado e ele se diz” weather resistant” ( resistente ao clima).A empunhadura é confortável. Mas devido ao frio a condensação vai me perseguir ao longo de toda viagem. Mantinha sempre o bino dentro de meu casaco quando não observando. Apresenta um bom eye relief e o utilizei com e sem óculos. O uso de lentes não chega a atrapalhar o usuário. 
Para começar os trabalhos recorro a constelações bem conhecidas e começo a gostar da brincadeira. Com Orion e Auriga muito altos no céu (o céu aqui é diferente...) rapidamente reconheço todos os clássicos. M42, M36, M37, M38 e mais varias “fuzzies” do NGC que não me dou a trabalho de tirar a limpo.
A seguir M45 mostra toda a potencialidade do no Binóculo. Dezenas de estrelas se revelam e praticamente lotam o campo de 7 graus do Vanguard. A posição muito alta da Pleyades nesta latitude deve colaborar mas eu nunca a tinha visto tão rica. O novo brinquedo marca vários pontos.
As Hyades também se mostram “a vero”. Grandes aglomerados abertos são o máximo no Vanguard. Seu campo grande, de 7º, mostra-se muito útil.  
Agora as novidades.
A próxima parada é em Valberg. O pequeno vilarejo encravado no Departamento do Alpes Provençais é conhecido como o porto de entrada para o Parque de Mercantour. Não vou falar mais sobre céu escuro. ( Talvez um pouco...) 
Depois de subir uma pequena encosta e me afastar das luzes do vilarejo parto para as novidades.
A Ursa maior é a constelação boreal por excelência. “Le Cassaroule” é como é chamado por aqui um dos asterismos mais famosos de todos. O Arado em português. Big Diper para os americanos. The Plough para ingleses.  É a parte mais conhecida da constelação.
Mizar e Alcor foram o primeiro par estelar registrado.  Fiz a mesma coisa. Fácil.
A fim de deixar os olhos se adaptarem ainda mais parto atrás dos Aglomerados abertos de Cassiopéia. A rainha é outra constelação boreal tradicionalíssima. M 103 é obvio. Mas não resolvo.  NGC 129 idem. Os campos estelares são incríveis e percebo tantas “fuzzies” que não consigo nem contar. Realmente um pedaço riquíssimo da via láctea.
Algum lugar em Cassiopéia
Volto para a Ursa Maior. E agora vou mais longe. M81 é bastante obvia e com averted percebo também M82. O céu do Mercantour é realmente impressionante.  A NELM (naked eye limit magnitude) era facilmente de 6.5. Provavelmente mais. O Vanguard se aproveita disso e faz bonito.
Na outra noite, bem mais cedo, capturo M33 como nunca antes. A galáxia se estendia pelo campo do binóculo e se apresentou melhor que em qualquer observação telescópica que já tenho feito desta galáxia com baixo brilho de Superfície. M 31 era claramente visível a olho nu e consegui perceber claramente M32 e M110 com o uso de visão periférica (Averted vision). E nem estavam no meridiano. 
Um bom binóculo. E com o auxilio de céus de cristal ele mostrou ser uma grande aquisição para a coleção.

P.S. Pé de Boi . Descolimou depois de algum tempo. Mas foi bem maltratado...


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