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quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

M 41- O Aglomerado de Aristóteles

M 41 - O Aglomerado de Aristóteles


            Registros demonstram que M 41 (Ngc 2287) foi descoberto muito antes  do telescópio. De fato , o cientista grego conhecido como Aristóteles foi o primeiro a noticiar o que atualmente chamamos de M 41. Em 325 A.C. Ele simplesmente o descreveu como uma "região nebulosa". Embora hajam controvérsias eu acredito que ele realmente avistou o aglomerado. Isto faria de M 41 o objeto mais tênue conhecido nos céus durante a antiguidade clássica.  Depois , antes de 1654, Giovanni Batista Hodierna foi o primeiro astrônomo a cataloga-lo. O aglomerado se torna popular depois de ser redescoberto por Flamsteed em 1702 e Messier o acrescentou a sua lista em 16 de Janeiro de 1795.
            M 41 reúne cerca de uma centena de estrelas às empacotando em uma área de aproximadamente 25 anos luz de diâmetro.
            Este post nasceu de um passeio pela tal da "Cloud". Localizei varias fotos perdidas no hoje quase extinto PICASA. E entre elas estava M 41. A foto foi realizada com minha falecida câmera. Uma Canon 350D.
            Recentemente li  um interessante artigo na "Sky and Telescope" onde em um daqueles quadros informativos Tony Flanders nos conta que aglomerados abertos não são apenas como doces para os olhos ; você pode dizer  muito sobre eles apenas através de sua aparência através de telescópios. Mesmo que modestos. Obviamente aglomerados mais próximos são mais fáceis de se resolver porque suas estrelas individuais se apresentam mais brilhantes. As Plêiades são um exemplo óbvio. Aglomerados jovens como M 35 apresentam estrelas variando muito em brilho. Estrelas jovens e maciças brilham muito e azuladas, fumando seu hidrogênio rapidamente. Em aglomerados mais maduros as estrelas mais brilhantes já queimaram até a ultima ponta e assim os membros restantes apresentam uma aparência mais uniforme. Estrelas muito maciças tendem a migrar para o interior dos aglomerados conforme estes envelhecem. Freqüentemente estas estrelas se apresentam com avermelhadas porque já atingiram sua fase de gigante vermelha tendo assim deixado a sequência principal em seu caminho para anã branca. Mais em evolução estelar aqui. Desta forma é comum localizarmos estrelas avermelhadas próximas ao centro de aglomerados abertos.  
             E assim chegamos de novo em M 41. Diversas de suas estrelas são ou laranjas ou gigantes vermelhas. Aí se inclui a chamativa estrela vermelha bem central e claramente percebida em nossa foto. Esta estrela é uma estrela gigante do tipo espectral K cerca de 700 vezes mais brilhante que o nosso sol. Ela é facilmente percebida com quase qualquer aparelho.
            A observação da foto me levou a devanear. Querendo me enganar e posar de cientista sério tirei certas conclusões e devido ao colorido da paisagem imaginei que M41 fosse um aglomerado de meia idade. Mas para jovem que para velho. E também nem tão longe nem tão perto. Tudo isto devido ao que eu já sabia sobre as Plêiades. Estas seriam mais jovens e muito mais próximas . Meus palpites se mostraram corretos.
            M 41 tem algo ( segundo "cientistas de verdade") entre 190 e 240 milhões de anos. Desta forma suas estrelas mais maciças já tiveram tempo para ficarem mais "coloridas". Mas ainda apresentar uma bela diversidade de brilhos e magnitudes...
            E a 2.300 anos luz de nós se encontra quase seis vezes mais distantes que as Plêiades. 
            E agora vamos ao que interessa. Como ver M 41. E tirar suas conclusões sozinho. Como falou Burnham : "Nada como ver o Original ( ou mais ou menos isto...)".

            M 41 se localiza há um pouco mais de meio campo de buscadora (10x50) ao sul de Sirius , a estrela mais brilhante do firmamento. Imagine um triangulo retângulo formado por Sirius , Mirzam e um ponto invisível ao sul de Sirius e olhe na buscadora. M 41 e procure por uma pequena nuvem de luz. M41.
            Como os relatos de Aristóteles nos dizem esta nuvem de luz é percebida mesmo a olho nu de locais escuros.  Eu sei que é possível. Mas o local tem que ser escuro mesmo.
            Através de binóculos e buscadoras eu percebo algumas dezenas de estrelas "flicando" em meio a nevoa da região.
            M 41 é uma paisagem sensacional mesmo em pequenos telescópios. M 41 é um dos mais coloridos aglomerados que conheço , mas a sensibilidade a cor varia de pessoa para pessoas.  Um truque : desfoque levemente o telescópio e tente perceber mais cores. 

             Com 38´ arc seg. ela cabe certinho na minha ocular 17 mm. 

            Através do "Newton" ( meu refletor de 150 mm) M 41 é um dos aglomerados abertos que mais gosto. Um dos favoritos do Verão.  Estará disponível a noite toda...

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