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domingo, 28 de janeiro de 2018

Ngc 2169: O Aglomerado 37

                 
                  Ngc 2169 apesar de possuir muitos nomes é um DSO pouco visitado. Sendo um compacto aglomerado aberto em Orion é muitas vezes relegado devido a outras “estrelas” em tão rica região. Na fronteira com Monoceros é ainda mais difícil se destacar em uma área com abertos muito mais amplos e facilmente percebidos.
                Possuindo apenas 7´ de diâmetro aparente ele demanda pelo menos 120 X de ampliação para começar a revelar seus mistérios.
                Foi provavelmente observado pela primeira vez por Hodierna antes de 1654. Mas é uma entrada no mínimo controversa em seu catalogo pioneiro já que se trataria de um objeto muito discreto e pouco chamativo para os meios que este possuía. Não chego a perceber seu caráter em minha buscadora. E mesmo Walter Houston (criador e autor da coluna Deep Sky Wonders na revista “Sky and Telescope” por décadas) nos diz que “não estivesse Ngc 2169 já incluída no New General Catalog ele não a reconheceria como um aglomerado à primeira vista.”
                Acho curioso destacar que apesar da indiferença de Houston o aglomerado encantou seu antecessor Smith ainda no séc. XIX se não pelo o número de estrelas mas pela sua simplicidade: “Estes encontros ocorrem indiferentemente ao longo da Via Láctea e fora desta e despertam ainda mais a nossa admiração pela estupenda riqueza do universo, em cada parte na qual aparece tamanha profusão da criação onde podemos expressar por nós mesmo o trabalho do todo poderoso e não  podemos nunca  perceber  nenhuma redundância e muito menos trabalho em vão.”
                William Herschel registrou o aglomerado (é a entrada H VIII 24 de seu catálogo) em 15 de outubro de 1784: “Aglomerado, pequeno, pouco rico, bastante concentrado, estrela dupla Struve 848”.


                É um pequeno grupo de cerca de 20 sóis que reside em um dos vértices de um triangulo retângulo formado com as estrelas z e n Orionis. Estas ambas sentinelas se encontram até 1o de Ngc 2169 e podem todos serem abarcados com um telescópio de campo grande. Mas como já foi dito é necessária bastante ampliação para separar-se seus membros e as diversas duplas que tornam o aglomerado muito interessante.
2x drizzle

                O grupo é conhecido pela alcunha “Aglomerado 37” devido ao arranjo de suas estrelas, de fato, lembrar o desenho do número. Mas o mesmo possui diversos outros apelidos listados por O´Meara em seu “Hidden Secrets”: “As Pequenas Plêiades” e o “Aglomerado do Carrinho de Compras”. Acho ambos bastante criativos e nenhum à altura do mais famoso.
                Ngc 2169 é um aglomerado super jovem e atualmente os valores mais aceitos para sua idade não ultrapassam 10 milhões de anos. E diversos papers indicam ainda menos. 
O Trabalho de Jeffries, R. D.; Oliveira, J. M.; Naylor, Tim; Mayne, N. J.; Littlefair, S. P. realizado em 2007 “The Keele-Exeter young cluster survey - I. Low-mass pre-main-sequence stars in NGC 2169” onde foi realizada a fotometria com CCD do Newton telescope e com o espectroscópio de resolução intermediaria do Gemini North indicam 9 milhões de anos +- 2 Milhões de anos.  Este indica ainda que não há mais de 2,5 milhões de anos de diferença entre seus membros de massa inferior a 0,15 sóis. A maior parte de seus membros de baixa massa ainda se encontra ainda na pré sequencia principal. A maioria de seus membros são do tipo espectral A3 ou mais jovens.
                Ngc 2169 é um aglomerado muito delicado e bastante colorido que me recorda em sua miudeza o Aglomerado de Cheshire (Ngc 5281) e que como este demanda ampliação para ser de todo aproveitado. Um daqueles tesouros escondidos e que devem ser visitados apesar de sua elegante descrição.
Foto "girada" no PS. O " 37" fica mais evidente...



                Realizei poucas fotos de Ngc 2169 e com um alinhamento polar mal realizado. As fotos que ilustram este post são fruto do empilhamento de apenas 4 exposições (as melhores e com o menor drift) de 20 segundos realizadas no Rot n´ Stack e em uma delas realizei uma ampliação de 2 Drizzle no Deep Sky Stacker. Foi também utilizado o Photoshop para equilibrar as cores que são bem fiéis ao que se pode perceber junto a ocular. Não foram feitos dark frames.  O telescópio utilizado foi um 150 mm f8 newtoniano com uma Canon T3.

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